A verdadeira natureza dos Exus e Pombogiras

Dentro do vasto universo das religiões afro-brasileiras, a figura de Exu se destaca por sua complexidade e multifacetada natureza.

🌍 Introdução ao Fascinante Mundo de Exu 🌌

Longe de ser uma simples entidade, sua origem, funções e significados são ricos e merecem ser explorados com profundidade. Exu é conhecido como o orixá do movimento e é o fiscalizador do Àse (Axé), responsável por monitorar as ações realizadas e o comportamento humano.

O Despertar do Entendimento sobre Exu

Em nossa jornada espiritual, muitas vezes nos deparamos com termos e conceitos que podem parecer ambíguos. No entanto, ao mergulhar nas águas profundas do entendimento, percebemos que há muito mais sob a superfície. Vamos desvendar o universo de Exu, essa poderosa entidade e sua influência na Umbanda.

Origem e Significado de Exu

A origem da palavra Exu remonta ao termo "Èsù", proveniente da língua yorubá, que se traduz como "esfera". Essa tradução já nos dá uma pista sobre a essência deste orixá, que é o fiscalizador do Àse (Axé) e do comportamento humano. Ele é o orixá do movimento e se manifesta como o mensageiro entre os outros orixás e os seres humanos. Exu é reconhecido como o orixá fiscalizador do Àse (Axé), monitorando as ações humanas e as coisas que são feitas no plano terreno. 

Exu na Umbanda: Mais do Que um Simples Mensageiro

Dentro da religião da Umbanda, Exu assume papéis variados e complexos. Ele não é apenas o mensageiro, mas também o guardião e o protetor. Esta dualidade de funções é resultado da influência e interpretação de outras religiões, como o Candomblé, onde Exu Orixá também é uma entidade destacada.
Nas casas de Umbanda, Exu é frequentemente visto como um sentinela e protetor. Em sintonia com a tradição yorubá, ele também atua como um mensageiro, estabelecendo a ponte entre os orixás e a humanidade. 

Na Umbanda, o termo "Exu" refere-se a uma espécie de papel desempenhado por entidades masculinas. Quando essas entidades são femininas, são conhecidas como Pombogira. É importante destacar que a diferenciação de gênero é uma simplificação, pois a realidade espiritual dessas entidades é mais complexa. Algumas entidades evoluídas transcendem a noção de gênero, tendo vivido várias encarnações em corpos de diferentes gêneros. Para facilitar o entendimento e destacar sua função espiritual, estas entidades, Exus e Pombogiras, são frequentemente denominadas "Guardiões". 

A concepção do Exu na Umbanda incorpora a ideia do Exu Orixá do Yorubá, mas com um foco diferente. Aqui, ele é visto como um guardião que acompanha a evolução espiritual do ser humano. Teoricamente, cada pessoa tem pelo menos um Exu ou Pombogira ao seu lado, ajudando em seu processo evolutivo. E, assim como um responsável que oferece ao filho não apenas o que ele deseja, mas o que ele realmente precisa, os Guardiões também permitem que desafios se apresentem na vida das pessoas, ajudando-as a superá-los.

Ponto do autor (Jorge Demetrio):

"Entendo que na religião de Umbanda todos temos Exus e/ou Pombogiras nos acompanhando, seria um engano o individuo se sentir especial por trabalhar na umbanda e/ou propagar frases como "Quem está comigo nunca dorme", "Exu me acompanha", entre outras, pois se todos até quem não está na umbanda tem um guardiões como espécie de anjo da guarda, seria uma pratica comum esses seres não dormirem para todos, e estarem focados em executar seu papel para todos os indivíduos que assim merecem, até mesmo quem não trabalham na umbanda, recebendo talvez até outras denominações devido suas religiões, como: "anjo da guarda" ou "guardião" ."

Alguns acreditam que, se o "filho" não está conduzindo-se corretamente, estas entidades se afastam, permitindo que obstáculos se aproximem, sejam eles de origem espiritual ou material. E assim como uma mãe que não dá só o que o filho quer e pede, e sim o que aquele ser necessita para seu amadurecimento, os Exu e Pombogiras compartilham da mesma ideia, de permitir alguns obstáculos apareçam na vida da pessoa, para que ela aprenda a lidar com esses desafios, até por isso reforça o termo como são chamados e seus relacionamento entre essas entidades e o humanos encarnados, chamando de pai e mãe e as pessoas guiadas por eles de filhos e filhas para reforçar mais essa relação.

Entidades Guardiãs: Exus e Pombogiras

Estes seres, apresentando-se em diferentes gêneros, atuam como guardiões espirituais. No entanto, é importante entender que há uma vasta complexidade envolvida. A nomenclatura pode variar, mas seu propósito permanece firme: guiar e proteger.

Exu não é apenas uma divindade; na Umbanda, ele também representa uma função exercida por várias entidades espirituais masculinas, enquanto as femininas são referidas como Pombogiras. Porém, os conceitos de gênero se tornam mais fluidos e complexos quando se trata dessas entidades. Para simplificar essa complexidade e enfatizar seu papel espiritual, ambas são frequentemente referidas como "Guardiões".

Os Guardiões têm um papel fundamental na evolução espiritual das pessoas. Cada indivíduo é teoricamente acompanhado por, no mínimo, um Exu ou Pombogira, que auxilia no processo evolutivo da alma. Em sua sabedoria, esses guardiões podem permitir desafios em nossa vida, não como castigos, mas como oportunidades de crescimento e aprendizado.

Infelizmente, muitas vezes a figura dos Guardiões é mal interpretada. Devido à proximidade de suas energias com as dos humanos, alguns acreditam que eles estão a serviço de nossos caprichos e desejos egoístas. Essa visão distorcida pode ser encontrada em vídeos e relatos que enfatizam aspectos mais materiais e superficiais, esquecendo-se da verdadeira essência dessas poderosas entidades.

E por ter uma vibração mais próxima do ser humano encarnado tem a característica de entender melhor as necessidades: sexuais,  emocionais e financeiras, faz se acreditar que a parte de abrir caminhos é lidar com esses assuntos.

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Eu (Autor: Jorge Demetrio) vejo:

"Por ser uma entidade que traz luz as necessidades humanas, muitas vezes misturamos as expectativas com as nossas vaidades e tratamos a entidade como um vassalo que vai "trabalhar" para trazer o ser amado ou montanhas de riquezas, e assim resumindo esse ser espiritual em um serviçal que vai fazer o que o humano acha que necessita para atender ao seu ego encarnado, e a necessidade de se sentir especial em troca de um punhado de farofa, flores, pimenta e pinga. Um grande engano, por conta desta ideia existem pessoas que supostamente recebem essas entidades para receber mimos dos consulentes, fugir das suas responsabilidades, ganhar dinheiro, beber, pratica de soberba ou fazer trabalhos egoístas de prometer fama, sucesso e dinheiro para seus "filhos". Este caso é de pura vaidade e é justamente o oposto que essa entidade tão iluminada vem trazer para nós. E se torna um desserviço para o trabalho tão bonito que essa entidade faz."

Em algumas ideias se o "filho" não está tendo uma boa conduta consigo mesmo e/ou com outros essas entidades se afastam permitindo com que obstáculos se aproximem, e esses obstáculos podem ser da parte espiritual ou carnal como para aprendizado ou evolução do ser, eles podem ser:

  • Obsessores
  • Energias negativas
  • Pessoas com más intenções
  • Pessoas toxicas
  • Pessoas com intenções negativas 
  • Entre outros

Os guardiões  trazem em suas energias e lições a ideia similar de outras entidades que apoiam os humanos encarnados e sua evolução, como : 

  • A aprender a lidar com o ego
  • Respeitar a si
  • Respeitar ao próximo
  • Abrir caminhos para ter uma boa experiencia de encarnação 
  • Aprender a lidar com dificuldades
  • Ajudar o próximo

Afinal, Quem São os Guardiões na Umbanda?

Contrário ao que muitos acreditam, os guardiões não estão aqui apenas para servir ou conceder desejos. Eles estão para guiar e ensinar. Em muitos aspectos, eles nos ensinam a enfrentar os desafios da vida e a compreender o verdadeiro significado da nossa existência.

Contrariamente ao que alguns podem pensar, não seria correto afirmar que os Guardiões possuem uma evolução espiritual inferior a outras entidades. Na verdade, muitos deles realizam tarefas essenciais, como o resgate de almas em regiões densas do umbral ambiente inóspito para entidades com energias mais sutis.

Desmistificando as Oferendas a Exu

As oferendas, também chamadas de trabalhos ou paduas, muitas vezes mal compreendidas, não são simples presentes ou sacrifícios, mas sim uma forma de conexão e comunicação com as entidades espirituais. Na Umbanda, elas não são rituais de malevolência. Elas são uma troca de energia e intenção, sempre com o propósito de crescimento e evolução de quem as oferece.

São trabalhos espirituais realizados com cuidado e atenção, ajudando a ajustar a energia e o estado de espírito da pessoa envolvida. Essas oferendas não são destinadas a prejudicar outros, mas sim a auxiliar quem as oferece. É importante notar que, enquanto na Umbanda o Exu é uma entidade guardiã, em outras tradições pode ter entidades com nomes similares porem com funções diferentes.

A Umbanda, como muitas religiões, possui práticas ritualísticas, entre elas as oferendas. Essas oferendas, que podem ser compostas de diversos elementos, incluindo comida, não são "consumidas" pelas entidades da maneira como entendemos. Ao invés disso, elas absorvem as energias impostas a elas na produção da oferenda e nos elementos dessas oferendas, que devem ser feitas com intenção e amor. Essas oferendas muitas vezes contêm elementos alimentares, como farofa, pimenta e óleo de dendê. A frase "o Exu comeu a oferenda" é uma maneira simbólica de dizer que a entidade absorveu a energia do ritual.

Quem Pode Oferecer aos Guardiões?

Não é necessário ser médium da Umbanda para realizar oferendas aos Guardiões, mas é fundamental consultar uma casa de Umbanda antes de fazê-las, garantindo que sejam feitas da maneira correta e respeitosa.

Não apenas os médiuns da Umbanda podem fazer oferendas. Todavia, é aconselhável consultar uma casa de Umbanda para receber orientações adequadas sobre o processo. Se a oferenda for realizada em um espaço público, é essencial retornar após algum tempo para limpar o local, pois respeitar a natureza é parte fundamental do ritual.

O que quer dizer Laroyê Exu?

"Laroyê" é uma saudação tradicionalmente direcionada a entidade Exu na Umbanda. A palavra "Laroyê" é oriunda da língua yorubá e pode ser entendida como uma expressão de saudação e respeito. Quando alguém diz "Laroyê Exu!", a resposta comum é "Exu Mojubá!", que pode ser traduzido como "Eu saúdo Exu!" ou "Eu reverencio Exu!".

Por seu papel crucial na comunicação e interação entre os orixás e os seres humanos, ele é frequentemente saudado e reverenciado no início de rituais e cerimônias para garantir que a comunicação com o divino ocorra sem obstáculos.

Assim, quando se diz "Laroyê Exu", está-se, de certa forma, pedindo permissão a Exu para que os caminhos sejam abertos, para que a mensagem seja entregue e para que tudo ocorra de maneira harmoniosa e sem impedimentos.

Perguntas Frequentes sobre Exu

  • Exu é uma entidade de baixa evolução?
    • Não. Enquanto alguns podem interpretar sua vibração como sendo "baixa" devido à sua proximidade com os humanos, isso não indica um nível de evolução. Na verdade, muitos Exus têm missões críticas, como resgatar espíritos em áreas sombrias.
  • Qual é o propósito das oferendas?
    • Elas são uma forma de estabelecer uma conexão e honrar a entidade. Não são sacrifícios no sentido tradicional, mas sim uma troca de energia e intenção.
  • Apenas médiuns podem fazer oferendas a Exu?
    • Não. No entanto, é aconselhável buscar orientação antes de fazer uma oferenda para garantir que ela seja feita corretamente e com respeito.

Conclusão

Em suma, os Guardiões desempenham um papel crucial na Umbanda, ajudando os seres humanos em sua jornada espiritual. Eles são entendidos e respeitados não como servos, mas como entidades poderosas que apoiam a evolução humana.

A figura de Exu na Umbanda é rica em significado e propósito. Ele não é apenas um mensageiro ou guardião, mas um guia que nos ajuda a navegar pelos desafios da vida. Ao buscar compreender e honrar Exu, abrimos caminho para uma conexão mais profunda com o mundo espiritual.

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